Além daquele sofá... : Depois, o fim...

10 de janeiro de 2013


Depois, o fim...

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O menino não voltou. Fiquei é feliz por isso. Feliz porque de uma forma ou de outra teria que seguir em frente. Aí vem, aproximou um outro. E eu olhei bem e eu desejei que fosse a vida dele para sempre. Desejei que ele me tirasse da onde estávamos e me levasse para longe de toda confusão mas eu não poderia me entregar fácil e não queria que você me devolvesse mais fácil ainda. Quis ficar lá do teu lado, só olhando ou pelo menos, tentando te acariciar. Quis tocar sua mão sabendo que logo depois você convidaria para dormir em seu quarto. Quis beijar seu pescoço sabendo que depois disso você faria mil propostas para que o sexo acontecesse. O nosso caso é sujo, perverso. O nosso caso não foi escrito e nem decodificado, já que ninguém se interessa, nem mesmo nós. E claro quem é você mesmo?! Ah sim, você é o menino daquela agosto, de um mês sofrido e longo, que nunca mais conseguiu ir embora. Grudou, ficou. E eu não me importo, não mesmo. Porque eu sei que amanhã quando acordar não vou querer ser sua de novo. 
Eu sei que quando acordar todo o tesão vai ser perdido e eu não to nem aí para nada. Nem para você, nem para mim, e muito menos para o mundo.  Na verdade, eu queria ser sua. Ser sua nas entregas que não vão mais acontecer,  ser suas nos atos, ser suas enquanto me arrepio quando chega alguma notícia sua perdida entre meu celular. 
O problema nunca foi me conquistar. Deus e todo mundo acabam descobrindo com o tempo que sempre fui muito fácil, sempre me conquistam fácil. Sou apaixonada por mais da metade do mundo, mas nenhum deles conseguiu me dar o foco que tanto precisei. Nenhum deles que passaram e que vão passar conseguiu me deixar interessada. Apaixonar é fácil, difícil mesmo é deixar interessada. E eu não me importo se você nunca vai me ligar ou se eu vou querer te ligar sem ao menos perguntar se posso ou não te ligar. Eu não faço questão de ser usada e depois devolvida.  Não faço questão de não sei ser de clichê. Mas a única questão que realmente faço questão é que você venha me buscar. Venha me tirar desse podre que tanto faço questão de guardar dentro do meu peito. Desse mesmo podre que fica nesse vai e vem frenético. Esse podre que atolou dentro de mim e que não me permite que seja legal com você. E você me cobra isso, cobra muito. E eu aceito os desafios. 
Na verdade, eu sempre estou indo embora. Sempre vou mas às vezes eu volto porque é mais prático e é mais lindo. E eu gosto, gosto de verdade de ficar olhando para o nada, como se o vazio pudesse te mandar para mim por alguma forma bizarra ou retardada. Mas eu nunca soube bem como continuar. Ao mesmo tempo em que eu queria ir embora, algo muito forte me fazia olhar para o celular igual uma burra. Como se milhares e milhares de motivos fizessem você voltar atrás no que sempre falou.  Fiquei decorando tudo o que me disse, como se eu tivesse que passar para frente tudo, desde suas falas até a forma que agiu. E eu fiquei decorando, talvez para aceitar, talvez para tentar entender. Aí tentei sofrer muito mas consegui sofrer só um pouquinho.Se eu pudesse, sofreria tudo de vez mas não dá, eu preciso viver, eu preciso mostrar e espalhar aquela menina. Aquela menina que não se apega, não se apaixona, e que faz merda demais.Mas você não sabe e nem vai saber, mas sou o oposto daquilo que julgo ser. Eu me apaixono fácil, tenho ciúmes, e às vezes tudo o que eu mais quero é desistir de tudo, e dormir até o ano de 3020. Eu gostei de gostar de você e eu senti que às vezes tudo que precisava era dar tempo para mim e para a vida. 
Nos encontramos. Um sorriso a mais, uma olhadinha de lado, outra história. Era um estado muito maior que qualquer euforia reprimida de todos os anos. Era uma alegria e suspiros que guardei e evitei diante de tudo aquilo que encontrava. E eu não estava nem aí para o mundo, nem mais para ninguém. Se eu pudesse, estaria lá, ainda quietinha e te observando e você com o mesmo sorriso. Aquele sorriso de menino que acaba de sair para comer todas que se atrevam a entrar falar. Mas eu parei e fiquei abismada, perguntei quietinha entre espaços: É isso mesmo que eu quero? Será mesmo que estou disposta a me envolver? Será que realmente que estou pronta para outra? Juro que esperei que até Deus, anjos, demônios, fantasmas da minha família aparecessem e me mandassem calar a boca ou alertasse que isso seria bom suspirar ou publicar frases apaixonadas por todas as minhas redes sociais. Porque mulher é uma desgraça, não pode ficar apaixonada que publica milhares de trechos. Mulher não pode ser desprezada que se torna escritora, ilusionista e ainda descobre o lado neurótico que ninguém conhecia, nem mesmo ela. 
O silêncio ficou paradinho, quietinho, e tudo isso sufocava mais. Por que em todos os meus casos precisa aparecer esse inferno chamado silêncio? Por que não pode ser sussurros ou até mesmo gritaria? Mas como sou uma boa neurótica, esse silêncio só me faz pensar que agora você está com a mão dentro de alguma blusa perdida por aí. A neurose de ser neurótica é muito maior que qualquer outra. Não quero ir embora e esperar que o próximo venha. Chega de próximos que nunca se completam realmente. Eu cansei de lutar pelo o difícil, aí eu escolhi você: Manso e bonitinho. Mas eu preciso dramatizar, você não pode ser tão bonitinho. Aliás, seu nariz é lindo. Mas eu preciso te deixar feio. Preciso criar outras formas para que nada saia tão perfeito. Eu tenho um amor mas não sei lidar com ele. E agora? 
Eu jurava que não era nada a sério, mas quando eu vi uma das meninas, senti que meu estômago fosse esmagado por um salto agulha. Como se estivesse me perfurando. E eu só consegui sentir dor no estômago com uma cara de gastrite. E eu fico tão feliz por você ter aparecido e tentado me salvar. E eu sei que sou chata o suficiente para não aceitar o seu amor. Sou chata o suficiente para ficar dizendo que a brincadeira é que eu posso desprezar e que você tem que correr atrás. Mas nada disso, to aqui correndo atrás igual uma louca. Louca e sem escolha. 
E eu gritei em seu ouvido. Você nem ao menos chegou mas já preciso que você entenda que talvez eu seja louca, mas eu tentaria encontrar a dosagem certa.Talvez, se eu ficasse ao seu lado, me tornaria menos neurótica. Eu quero que você volte a se importar. Quero que me ligue de novo. Eu quero ser sua, sem medo ou neurose de qualquer amor perdido. Sem a nossa neurose. Aceito essas piranhudas, mas pelo amor de Deus me aceite de volta no seu mundo. 
Não é uma urgência, é só apenas um recadinho. Um recadinho para que você não esqueça que estou perdida e preciso que venha me salvar como o costume.  E se amanhã for tarde demais para isso. Desculpa se eu fui o que você não queria. Desculpa se eu não sou como elas. Mas eu não tô nem aí para o nosso desejo ou para o nosso silêncio. É tão bom suspirar. Quero suspirar mais e mais. Quero que jamais vá embora como todos os outros. 
Fica comigo até o próximo capítulo?

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